Diretoria

Palavra da Diretoria – Um reajuste necessário

Por Celso Bueno Doria, vice-presidente da Diretoria

Novo ano tem início, e a primeira mensagem da Diretoria em 2025 esclarece pontos oportunos sobre o reajuste de 6,2% estabelecido para as contribuições sociais do Paulistano. Quando esse assunto entra em pauta, uma reação comum é a comparação com índices como o IPCA, que deve fechar 2024 próximo a 4,9%. A primeira questão que a Diretoria Financeira gostaria de explicar é que não existe uma inflação padronizada para todos os setores e que, para os gastos específicos do Paulistano, a inflação no ano passado esteve na casa dos 8%. Há, entretanto, um número ainda mais relevante a ser detalhado. Quando analisamos a inflação e os reajustes efetuados sobre as contribuições sociais referentes ao período entre 2018 e 2024, e calculamos os juros compostos em cima dessa diferença, chegamos a uma defasagem de 18 pontos. Ou seja, a mensalidade deveria estar 18% mais cara para termos um valor corretamente corrigido. Tal discrepância tem sido subsidiada por reservas, operacionais e não operacionais, acumuladas desde 2014

Celso Bueno Doria, vice-presidente da Diretoria do Paulistano

Outro tema relevante é o crescimento da frequência ao Paulistano em comparação às médias históricas, fato que aumenta gastos em pontos como energia, água, limpeza, manutenção. Também estamos ampliando nossa estrutura, temos novos restaurantes, nova diretoria, que exigem contratações. O CAP tem uma das mais baixas mensalidades entre os clubes de seu nível, e o valor arrecadado com as contribuições sociais, já corrigidas com o aumento desse ano, não cobre nem a folha salarial de nossos funcionários. A diferença é paga por outras fontes, como cursos, locações de armários e estacionamento.

Nossa situação financeira é saudável, iniciamos o ano com quase R$ 100 milhões em caixa. Porém, ponderações sobre esse valor são necessárias. Desse total, R$ 44 milhões são provenientes de uma ação judicial, valor que não será utilizado até que todos os recursos possíveis à União se esgotem, em decisão proposta pela Diretoria e validada pelo Conselho Deliberativo. Também temos cerca de R$ 23 milhões reservados para obras e ativos, verba que tem origem em rendimentos financeiros, multas e, principalmente, taxas de transferências. Descontando esses dois montantes, sobraria o suficiente para cobrir dois meses de nossas operações, uma margem confortável para enfrentarmos situações inesperadas, mas que não permite gastos desenfreados.

Nos três anos de mandato à frente do Paulistano, a área financeira conduzida por mim, pelos diretores Carlos Guilherme Pereira da Costa e Marcos Amendola Zaidan e pelo assessor Francisco Henrique Alves Neto, suportados por equipe de funcionários, trabalhou para replicar, no Clube, as melhores práticas profissionais. Nesse contexto, destaco a importância de uma peça orçamentária precisa, ferramenta fundamental para a gestão eficiente dos recursos. A elaboração da peça orçamentária passa pela análise de todas as diretorias, verificando o que foi realizado e o que está previsto, na busca por assertividade. Essa previsão norteia o reajuste da contribuição social, em busca de um saldo operacional zerado, já que não temos fins lucrativos.

Concluo essa mensagem destacando mais uma vez nosso compromisso com a transparência, explícito nas reuniões abertas a associados, nas quais esclarecemos dúvidas de todos os presentes. Seguimos em frente, com responsabilidade, por um Paulistano cada vez mais sólido e financeiramente sustentável.

* Publicado na edição de janeiro/2025 da revista Paulistano.