Meninas têm turmas próprias no futebol feminino do Paulistano
O futebol mantém ascensão entre as garotas do Paulistano neste março/2022. As aulas da modalidade estão cada vez mais procuradas e as jovens já treinam em turmas próprias. No Campeonato Interno, misto, conquistam espaço e algumas delas já almejam posições nas equipes que disputam competições interclubes. Outro ponto que reforça o interesse ocorreu em novembro de 2021, na última edição da tradicional Clínica de Futebol, que contou com a participação de 18 meninas.
São duas turmas fixas, que treinam às terças e quintas, em parte do campo Arthur Friedenreich e na quadra de society: 8 a 11 anos, 16h às 17h, e 12 a 14 anos, 17h às 18h. As cerca de 30 garotas que comparecem aos treinamentos com frequência mostram influência familiar na escolha pelo jogo.
“Gosto da Marta e da Cristiane, mas jogo porque quero ser melhor que meu irmão, Luis Felipe”, conta Maria Eduarda Taylor de Faria, 8 anos. Essa motivação é compartilhada. “Jogo por causa do meu irmão, Lucca, e quero aprender para jogar mais”, diz Catarina Mascaro, 8. “Quero aprender para chegar ao nível do meu pai, Tadeu Paschoal, que joga e gosta de futebol”, afirma Gabriela de Toledo Piza Gualtieri, 10.
Há anos, meninas disputam o Campeonato Interno junto com os garotos, espalhadas pelos times, com bons resultados. É o caso de Luiza (Luli) Ciavolih, 10, que disputa as competições mistas desde os 7. “É legal jogar aqui com as meninas, mas também é com os meninos, contra o meu irmão, Pedro”, responde ao ser questionada sobre as diferenças.
Esse ainda é o caminho disponível, e há confiança de que, em alguns anos, poderão ter a própria disputa. “O futebol é um meio de socialização, e tem isso de legal com elas, que estão fazendo novas amizades e conhecendo algo diferente neste começo de vida. Esperamos que mais delas venham jogar, com a quantidade melhoramos a qualidade e daí poderemos inseri-las num meio competitivo”, explica Walkirio Valquer, atual coordenador do futebol no Paulistano.
O Clube tem espaço para as mulheres praticarem o futebol, em conjunto com o masculino, com maior força nos últimos anos. As associadas e gêmeas Luiza e Manuela Lobo Faro Macedo, hoje com 16 anos, têm a maior expressão: começaram no Clube aos 10 anos, disputaram diversos jogos dos campeonatos internos e, recentemente, chegaram ao nível da seleção brasileira sub 17, tendo ainda defendido os times do Centro Olímpico e do São Paulo.
Outro caso que se destaca, este no âmbito social, é da associada Maitê Molinari, que ajudou a popularizar a prática e chegou a ser eleita craque-modelo do Campeonato Interno.
O bom momento do esporte, com maior presença na mídia tradicional, como jogos na TV aberta, tem ajudado no crescimento do interesse. Perfis em redes sociais do Campeonato Brasileiro já somam mais de 400 mil seguidores e só a última final da Supercopa do Brasil reuniu 19 mil espectadores no estádio para ver o Corinthians ser campeão sobre o Grêmio.
