Hóquei foi esporte do Paulistano, mas não o de inverno
Patins em um rinque, tacos e disputa para chegar às medalhas. Uma descrição que pode ser até associada à Olimpíada de Inverno, que começa em Pequim (China) neste fevereiro de 2022. Mas, no caso, a história aqui foi no Paulistano, e com registros centenários de um esporte adaptado ao clima temperado do Brasil.
Começou no ano de 1917, com o primeiro registro de que o Clube montou um departamento de hóquei com patins (sim, com rodinhas, e não lâminas) e que jogava em quadra com piso de madeira (e não a de gelo). Eram tempos de enfrentar times como o Skating Palace, no rinque da Praça da República (no centro da capital paulista).
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, em diversos momentos daquele ano, “os apreciadores do emocionante jogo assistem a renhidas pugnas”, onde “se encontrarão numa peleja encarniçada, as valentes e bem equilibradas equipes”. Os jogadores eram Kant, Guato, Alcino, Ciampollini, Tito, Vital, Agnello e Mario. O Clube filiou-se à Federação Paulista do esporte em 1918.
Os registros voltam a se intensificar nos anos 1930. A modalidade, inclusive, foi um dos motivos do antigo ginásio [onde ficam as atuais quadras de areia] ter sido coberto, financiado pelo associado e também dirigente da modalidade, Arnaldo Alves da Motta.
Com a inauguração deste novo espaço em 31/12/1931, nele o Paulistano chegou a promover campeonatos internos e festividades, além de alguns jogos contra outros times. Relatos apontam que “crianças e mulheres também treinavam” sob a atenção do então diretor de “patinação e hockey”, Mario Andrada, considerado pela imprensa um “esplêndido hockeyista.”
O grupo de atletas contava com nomes Lashir, Chico, Antonio Carlos, Marcio, Orlando, Bilé, Paulo Lefévre, Arnaldo Ruy, Velho da Costa, Cajado, Cecy, Lauro, e outros.
Esta modalidade teve registros no Paulistano até o fim daquela década, de acordo com materiais no Centro Pró-Memória. Os gols e as fortes tacadas não têm mais a mesma popularidade por aqui, mas nunca deixaram de despertar a curiosidade.