Vestiário sustentável
Dentre os feitos da Diretoria do Patrimônio em 2020, a Diretoria de Sustentabilidade destaca os novos vestiários, construídos na área subterrânea entre o Ginásio Antonio Prado Junior e a rua Honduras
A entrega dos vestiários possibilita o início das reformas do ginásio, fundado em 26 de outubro de 1961, obra de Paulo Mendes da Rocha e João Eduardo Gennaro, vencedora de prêmio na VI Bienal de São Paulo e um marco no desenvolvimento da arquitetura do Estado.
Agora será possível atribuí-lo à categoria de sustentável, atendendo aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU (ODS 11- 4), que visa fortalecer esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural de nosso país, além de possibilitar a sustentabilidade e a inclusão social.
Na entrada do novo vestiário o projeto de jardim vertical tem benefícios que vão desde a redução de carga térmica do ambiente, passando pela retenção de ruídos, umidificação e filtragem do ar, livrando o espaço de compostos orgânicos voláteis.
No corredor de acesso, os destaques são as obras de arte confeccionadas em materiais recicláveis, entre as quais a da artista Sandra Lapage, feita de cápsulas de café amassadas. A iluminação de LED chega a economizar até 90% da energia em comparação às lâmpadas tradicionais com o mesmo fluxo luminoso.
Esse é um dos conceitos mais importantes ao se considerar eficiência energética. Basicamente, uma luz de LED utiliza apenas 2,5 watts para produzir um fluxo luminoso de 115 lúmens, enquanto uma lâmpada tradicional utiliza 15 watts, ou seja, seis vezes mais energia.
A escolha atende ao ODS 7: “garantir o acesso a fontes de energia fiáveis, sustentáveis e modernas para todos”. Os elevadores instalados, bem como as banquetas de alvenaria localizadas nas cabines, dão especial atenção para as necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade, mulheres, crianças, pessoas com deficiência e idosos, atendendo também aos ODS da ONU.
Em locais com grande fluxo se faz necessário sistemas de climatização e exaustão eficientes para que a purificação e circulação do ar seja a maior possível, deixando o ambiente fresco e ameno.
A diminuição da temperatura interna e o aumento da umidade em determinados pontos se dão por meio do climatizador, sendo o exaustor o responsável pelas trocas de calor em grande volume, além de contar com tecnologias sustentáveis, como não degradação do meio ambiente e economia energética.
Por essas e outras características, os sistemas de exaustão e climatização podem ser considerados equipamentos de proteção coletiva (EPC). Por fim, está a captação de água para reúso. Nos boxes, os pisos realizam captação de cerca de 60 litros d’água a cada chuveirada de cerca de 10 minutos.
Esse volume é levado para um sistema de tratamento para reúso, onde a chamada água cinza é limpa e, em seguida, redistribuída para uso nos jardins e descargas de bacias sanitárias. Estima-se economia de até 40% do fornecimento de água potável pelas companhias locais de abastecimento, segundo dados da Sabesp.
É importante lembrar que a água doce é recurso finito e vulnerável e sua escassez está diretamente ligada ao aumento das mudanças climáticas. As crises de abastecimento, no Brasil e no mundo, estão levando a sociedade a compreender que a gestão da água se tornou prioridade global.
As questões relacionadas ao risco hídrico, gestão de perdas, reutilização de água e novas tecnologias para mitigação desses riscos são temas recorrentes no Paulistano, que está comprometido com o plano de, até 2030, aumentar substancialmente a eficiência do uso da água em todos os setores e assegurar retiradas sustentáveis.
O Clube demonstra, mais uma vez, sua preocupação em relação às questões ambientais. As futuras gerações agradecem!